Um novo relatório da BCG–WWF argumenta que a participação significativa da sociedade civil na COP deve ir muito além de uma presença simbólica — requer um engajamento ativo, inclusivo e influente nas negociações e na tomada de decisões. Com base em mais de 20 entrevistas com líderes de COP anteriores e em uma análise das cúpulas recentes, o estudo revela barreiras persistentes — acesso limitado, processo complexo de credenciamento, restrições financeiras e sub-representação de vozes marginalizadas — que ainda limitam o impacto da sociedade civil.
Para superar esses entraves, o relatório propõe cinco pilares com foco no futuro:
- Desmistificar os resultados da COP, para que as organizações da sociedade civil (OSCs) compreendam claramente as Agendas de Ação e Negociação e possam moldá-las.
- Catalisar redes da sociedade civil, com a criação de uma equipe dedicada a promover parcerias estratégicas e testar novos modelos de colaboração.
- Adaptar a logística para inclusão, garantindo uma participação equitativa e fluida em todos os eventos da COP30.
- Criar espaços integrados e voltados para a ação, onde sociedade civil, Partes e demais stakeholders possam cocriar soluções ousadas e viáveis.
- Assegurar um engajamento duradouro, por meio de capacitação, métricas claras de progresso e ciclos de feedback que sustentem o impulso antes, durante e após a cúpula.
A liderança do Brasil na COP30 representa uma oportunidade única de alinhar sua rica diversidade interna às ambições climáticas globais, estabelecer novos padrões de transparência e responsabilidade, e empoderar a sociedade civil como força motriz para uma ação climática ambiciosa, equitativa e duradoura.